Ex-campeão dos pesos-penas (66 kg) do UFC, José Aldo carrega
experiência e desgaste muito além do que os 32 anos normalmente acusam.
Com 31 combates profissionais disputados em cerca de 15 anos de serviços
prestados ao MMA, o atleta da academia Nova União parece cada vez mais
afoito para terminar seu vínculo com a maior organização de lutas do
planeta. Mas não sem antes dar um presente aos fãs brasileiros.
Com
duelo marcado para o próximo dia 2 de fevereiro, quando encara Renato
'Moicano' em Fortaleza, Aldo mira realizar as outras duas disputas que
possui no contrato também em solo nacional para, a partir de 2020, alçar
novos voos, possivelmente longe do octógono do UFC.
"Na verdade,
a gente pediu que o contato do Aldo fosse finalizado todo no Brasil,
que desse aos fãs as últimas três lutas. Passamos para o Dana e
aparentemente isso vai acontecer", narrou André Pederneiras, treinador e
empresário de Aldo, durante conversa com a imprensa nesta quarta-feira
(17), no Rio de Janeiro.
Para dar continuidade a esse plano, Aldo
oficializou o desejo de se apresentar em maio, no card que deve ser
realizado em Curitiba e que contará com a disputa entre Rose Namajunas e
Jéssica 'Bate-Estaca' como atração principal. Para o segundo semestre, a
despedida ocorreria no card que possivelmente será realizado em São
Paulo, em setembro ou outubro.
A decisão tem um motivo: Aldo não
quer encerrar a carreira quando seu corpo não responder como antes.
Segundo o ex-campeão dos penas, Dedé Pederneiras será o responsável por
avisá-lo se isso acontecer. Assim, aposentar-se este ano daria ao
lutador uma oportunidade de aproveitar o resto da vida vida sem pôr em
risco a saúde.
"Não quero dar meu dinheiro para comprar minha
saúde de volta. Porque hoje eu estou dando a minha saúde para pegar o
dinheiro. Mas eu não quero fazer isso: quero estar bem, poder aproveitar
o crescimento da minha filha, minha família também, minha esposa, poder
viajar, poder sorrir um pouco, brincar, sem esse lado de lutar até os
40 anos, como eu vejo nossos grandes ídolos fazerem e terem uma má
performance. Sempre falo isso para o Dedé: no dia em que eu não estiver
no meu ritmo, que não puder manter minha explosão física, pode me tirar,
porque eu acho que não vai mais ser hora de estar ali dentro. Não quero
lutar por dinheiro. Me programei a vida inteira para estar bem
financeiramente para, amanhã, quando quisesse parar, poder parar sem
problema nenhum", afirmou.
José explicou que, no vínculo padrão
de um lutador com o UFC, a conquista do título obriga o atleta a seguir
na organização — o que atrapalharia seus planos de se aposentar. Sendo
assim, e com Max Holloway — que o venceu duas vezes em 2017 — como
campeão dos penas, Aldo disse que prefere encerrar suas obrigações com o
Ultimate assim que seu atual acordo acabar.
"Eu tenho que ler o
contrato, que é em inglês, mas pode ter certeza que, se eu luto pelo
título e venço, o contrato se renova automaticamente. Aí o Dedé tem que
entrar em ação, tem que negociar. Isso que eu não quero, entendeu? Eu
não quero me prender, porque meu objetivo é esse: quero lutar agora em
Fortaleza para todo mundo e quero encerrar minha carreira aqui no Brasil
também. Isso que a gente programou com o Dedé, por isso que eu estou já
adiantando: pretendo lutar em maio também e depois finalizar no segundo
semestre, que eu sei que vai ter outro evento no Brasil, e eles já
sabem disso. Então, não tem por que eu chegar e mirar uma luta pelo
título. Mas pode ter certeza: eu vou atropelar todo mundo que entrar na
minha frente, porque eu vou vencer essas três lutas. Se eu lutasse pelo
título, automaticamente poderia renovar o contrato. Eu não quero mais
isso", falou.
Apesar da intenção de parar ao fim do ano, Aldo
não descartou a hipótese de retornar ao octógono — uma vez que citou
Georges St-Pierre como "exemplo" tanto na aposentadoria no auge quanto
na volta triunfal para conquistar o título. No entanto, garantiu que, se
voltar a lutar após o fim do contrato, será novamente no UFC,
declarando gratidão e lealdade à organização.
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